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QUIMERA 

in: Pegasus - O cofre da sensibiidade

Versbrava Editora

 

Quem te fez assim, linda quimera?

Não vês que estou aqui, à tua espera!

Dizem, que ninguém te consegue alcançar

Os que navegam até ti desfalecem em teu mar.

*

Porque ousas ser uma crua megera?

Vêem-te como a mais dócil mas és uma fera!

Dás ao coração a capacidade de sonhar

Jamais, permites que te consigam conquistar…

*

Porque és tão dura e severa?

Crias em nossa alma uma cratera!

Um vazio onde cresce a incerteza e a escuridão

E o desejo corre veloz rumo à beleza e imensidão.

*

Porque me fazes dizer: - Quem me dera?

E deixas-me sucumbido, num Outono, sem Primavera!

Escuta! Sente o borbulhar da leveza da emoção…

Vês! Atrás das lágrimas de tristeza, está o sol de Verão.

*

És a paz que desejo no Mundo

O Sopro que eleva a Humanidade

O oprimido que encontra a liberdade…

*

És todo este querer profundo

A bandeira que se ergue na verdade

A queda do império poderoso da maldade.

*

És a Luz que limpa o imundo

Que brilha e transforma a insanidade

E enfrenta os demónios da perversidade.

*

Sabes?! Moras bem aqui no fundo

No berço que me liga à infinidade

És minha! Se não houver passividade.

*

Afinal…és tu a que me espera!

E eu, muitas vezes, sou a quimera

Porque te deixo na prisão da inação

Em vez de te coroar liberta no coração!

 

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