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O LIVRO - Pegasus 

Prefácio - Fernando Melim

(Fernando Melim - É um escritor vianense com várias obras publicadas e, actualmente, exerce a actividade de professor de Yoga.)  

A vida é busca, mas buscamos incansavelmente no exterior. Buscamos coisas, mas há muito mais a buscar. Este é o problema maior da existência: reconhecer qual a nossa atitude fundamental perante a Vida, pois deixámos de nos buscar a nós mesmos. E, no entanto, somos peregrinos e o caminho tem de ser feito.

É este o percurso do Autor destas multifacetadas reflexões: um caminhar por dentro, não importa que seja “… um peregrino da vida, que talvez nunca chegue a Compostela, a Fátima, à Terra Santa ou a Meca, mas pelo menos aproximou-se um pouco mais, sem voltar atrás…”.

O Autor percebe que, na estrada da Vida, todos devemos fazer a nossa própria peregrinação. Especialmente a um lugar sagrado, quase inacessível, mas que é preciso visitar: o lugar que fica nas profundidades do nosso próprio ser.

É essa a aventura das vidas através da Vida, sem o que nenhuma vida vale a pena ser vivida. E o Autor destes mergulhos, nas profundidades do que está para além das movediças e ilusórias superficialidades do viver, sabe bem como é árduo o caminho e, por isso, faz-se acompanhar por Pégaso, numa metáfora que lembra a imortalidade da busca de sentido. Porque, afinal, é preciso saber porque se vive, para que se vive. Qual a missão do viver. E, assim, de descoberta em descoberta, perceber que a maior missão da vida é a submissão a lei do Amor.

É por causa desta impulsiva e, quase sempre, inconsciente necessidade, que se busca. E o Autor destas diversificadas etapas faz a peregrinação na sua interioridade, ainda que parta de um cais de embarque exterior. E busca através de palavras para se entender a si mesmo, como se as palavras sejam sinais orientadores nas encruzilhadas, pois é fácil perder-se, o caminhante, quando as sombras descem sobre o caminho.

Palavras, sim, mas palavras/sentimento e não meras palavras utilitárias, ou palavras do léxico intelectual, essas que se tornam presunçosas na sua ilusória sabedoria de ter descoberto a derradeira verdade e, por isso, perdendo a alegria da descoberta. De um horizonte mais além E de um âmago mais profundo.

“Olá! Aqui estou eu outra vez, já com saudades tuas e deste cantinho solitário”.

(...)

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